Quem pensa que o sol só serve para deixar a pele com belo bronzeado está
enganado. Ele é essencial à saúde e pode evitar diversas doenças, como
raquitismo, em crianças, e osteoporose, em adultos. E a lista não para aí. Em
longo prazo, a falta ou a deficiência de vitamina D (proveniente do banho de
sol) poderá provocar doenças cardiovasculares, diabetes e até câncer.
Segundo Marise Lazaretti Castro da SBEM (Sociedade Brasileira de
Endocrinologia) e chefe de doenças metabólicas da Unifesp (Universidade de São
Paulo), a vitamina D atua principalmente na saúde dos ossos e também na força
muscular.
“A falta ou deficiência de vitamina D pode provocar raquitismo em
crianças e, no adulto, o aumento do risco de osteoporose e consequentemente
maior risco de fraturas. Em longo prazo, a baixa deste nutriente aumenta o
risco de câncer de cólon, mama e próstata, doenças cardiovasculares, como
hipertensão, diabetes. Há estudos que também ligam a vitamina D à artrite
reumatoide e esclerose múltipla, mas não há relação de causa e efeito”.
Pesquisa recente realizada pela Unifesp mostra que, em São Paulo, 40%
dos adultos e jovens estão com índice de vitamina D no corpo abaixo do valor
considerado ideal. Já nos idosos, este número chega a 80%. E para aqueles que moram
em casas de repouso, 80% tem falta ou deficiência. Segundo a médica, isso é
reflexo da “falta de oportunidade das pessoas em poder viver ao ar livre”.
Atenção, a regra de tomar sol todos os dias não vale para determinados
grupos de risco, explica Marise.
“Pessoas em tratamento para osteoporose e que passaram por cirurgia
bariátrica devem tomar cuidado porque a vitamina não é absolvida adequadamente.
Outros dois grupos de risco são: pessoas que usam anti convulsante [por causa de
crise de epilepsia] e quem sofre com câncer de pele. Estas pessoas precisam
tomar suplemento”.
O especialista em medicina preventiva e longevidade Fábio Cardoso
explica a vitamina D também está presente em alimentos, principalmente peixes
de água fria, mas a quantidade não é suficiente.
“Mas a quantidade é pequena e seria suficiente para fornecer apenas 20%
das necessidades diárias. Além disso, estudos mostram que, nos últimos 30 anos,
a concentração de nutrientes das frutas e vegetais caiu em torno de 50%. Isso
acontece também com as carnes de animais que ingerimos, ricas em hormônios e
cada vez menos nutritivas”.
Sintomas e reposição
Apesar de alguns sintomas da falta de vitamina serem dor no corpo,
fraqueza e desânimo, Marise explica que apenas um exame poderá dizer se o
paciente tem ou não falta deste micronutriente.
“Mas basta a pessoa se fazer algumas perguntas: eu tomo sol todos os
dias? Quanto tempo eu fico no sol? Estou com ou sem filtro? Quanto mais escura
o tom de pele, mais difícil de adquirir vitamina. Vale destacar que a
alimentação não traz suplementação deste nutriente”.
Para quem está com falta ou deficiência de vitamina D, a alternativa é o
suplemento, porém, esta reposição deverá ser acompanhada por um profissional,
explica Marise.
“O ideal é a pessoa não se automedicar, mas procurar um profissional. Já
vi casos de intoxicação por suplemento. No longo prazo, o excesso pode aumentar
níveis de cálcio no sangue e a pessoa pode ter náuseas, vômitos, urinar muito e
desidratação”.
Importância dos micronutrientes
Além da vitamina D, é necessário cuidar também da reposição de outras
vitaminas e também minerais. Valéria Goulart professora de nutrologia da
Unifesp e membro da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) afirma que
estes micronutrientes são muito importantes para a manutenção da função
metabólica do corpo. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) apontam que
mais de dois bilhões de pessoas têm deficiências destes micronutrientes no
organismo.
“O diagnóstico é muito difícil, mas os sintomas mais comuns são:
dificuldades de memorização e aprendizado, queda de cabelo, unhas quebradiças,
cansaço, baixa residência a doenças, falta de apetite, apatia, sonolência, mau
humor e até irritabilidade”.
No Brasil, a alimentação pouco saudável dos brasileiros tem reduzido a
reposição de vitaminas e minerais do organismo, segundo analisa a médica.
Segundo ela, cada vez mais, a população investe em alimentos fast food, rica em
carboidratos e pobre em proteínas.
“Alimentação saudável com prato colorido é o ideal para repor a
quantidade adequada de vitaminas e minerais. O ideal é ter legumes um de cada
cor, por exemplo, batata, cenoura, tomate, além do arroz, feijão e proteínas,
como a carne, de preferência magra”.
Fonte: R7
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